Nas profundezas do Alentejo, entre Évora e a Serra d'Ossa, estendem-se treze hectares de terreno ecológico onde a vinha convive com a pastagem, o montado e o sobreiro, oliveiras milenares e onde vivem alguns exemplares extremamente raros, como o preto cegonha, em habitat privilegiado. Neste terroir único, a 450 metros de altitude, são produzidos alguns dos vinhos mais interessantes da região sob a mão experiente de Pedro Vasconcelos e Sousa, numa adega subterrânea. A quinta centenária, nascida no concelho do Redondo, numa paisagem tranquila que lembra um Éden bucólico, difícil de encontrar nos dias de hoje. Neste local, entre as culturas tradicionais da região, nasceu uma parceria entre Pedro Vasconcelos e Sousa e alguns investidores, permitindo o cultivo de castas bem adaptadas ao terroir e também a construção de uma adega subterrânea, projecto de Frederico Valsassina que ganhar um nome para si em terras estrangeiras. Vinhas sem fim, plantadas a uma altitude de 450 metros, o que lhes permite aproveitar o frescor da noite. Aqui crescem Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Alicante Bouschet, entre outras castas tintas, e Arinto, Alvarinho e Sauvignon Blanc, entre outras castas brancas. A disponibilidade hídrica, a altitude do terreno e a inclinação solar, permitem conservar a frescura e os aromas dos vinhos que aí se produzem, mas é na adega que a fusão da tradição e da modernidade se celebra com tanta franqueza. Construída com o intuito de deixar a paisagem incólume, a adega ergue-se sob as vinhas, constituída por três pisos que permitem içar as uvas poucos minutos após a vindima, para iniciar a maceração a baixa temperatura. Após a colocação das uvas em cubas de coluna, previamente arrefecidas por gravidade, sem pressão nem bombagem, procede-se à prensagem suave e longa. A estrutura bem desenhada deste edifício de 3 pisos permite içar as uvas tintas em cubas de coluna, previamente arrefecidas por gravidade, sem pressão ou bombagem, onde um robô inicia a prensagem suave e longa. Os vinhos são então desenvolvidos no mais profundo dos três pisos subterrâneos, entre 15º e 18º graus, com elevada humidade, onde se processa o estágio em barricas de carvalho francês ou americano (consoante a casta e o lote seleccionado). Não admira que os vinhos da Herdade do Freixo, dada a diligência na execução das etapas da sua produção, tenham conquistado o respeito de críticos e entusiastas do vinho. João Paulo Martins, destaca uma gama de brancos notáveis e tintos excepcionais, aos quais atribui notas muito altas, no Guia de Vinhos, o guia de vinhos mais recomendado de Portugal. O Sauvignon Blanc branco é elogiado pelo seu estilo Bordeaux, boa acidez e volume na boca. O Chardonnay, pela sua clareza e aromas delicados, sendo “muito atraente no nariz”. Por sua vez, o Reserva Branco, premiado com 17 valores, é um exemplo de equilíbrio entre corpo, acidez e aromas vibrantes. Olhando para os tintos, destacam-se o Reserva (blend de Touriga Nacional, Cabernet Sauvignon e Alfrocheiro, num “novo mundo, mas estilo distinto e polido”) e a Family Collection (que para além das castas anteriores inclui também Petit Verdot) na cor, “austero mas muito rico, com ameixas pretas e chocolate amargo, leves notas florais…”, conclui o crítico. Na Herdade do Freixo cumpre-se então a ambição original do seu fundador: a profunda comunhão com o terroir do nordeste alentejano, sabiamente equilibrado por processos de produção de elevado nível internacional, ao serviço de vinhos que se destacam pela sua “concentração, longevidade, frescura e finesse”.