A Quinta do Poeta é um projeto vínico familiar muito recente na região do Douro que é uma homenagem ao poeta Fausto José dos Santos Júnior.
Fausto José (1903-1975) foi contemporâneo de Miguel Torga, José Régio, Alberto Serpa e Branquinho da Fonseca. Deixou uma vasta obra literária, sobretudo poesia. Nasceu na Aldeia de Cima no concelho de Armamar, na margem esquerda do Douro, onde cresceu e iniciou os estudos que concluiu na Universidade de Coimbra, onde se licenciou em Direito, área em que realizou boa parte de sua atividade profissional, enquanto construía sua obra literária. .
Virada para o Douro, Aldeias oferece uma vista fantástica sobre o vale das encostas vinhateiras, com o horizonte bem definido pela imponente Serra do Marão. Por aqui existem várias casas brasonadas do século XVII, testemunho da importância que a vila teve no passado.
São o seu neto Nuno Santos e a esposa Gabriela, que continuam a paixão que Fausto José tinha pelo Douro, pela natureza, pela caça, que o levou a percorrer incansavelmente montes e vales. Outra das suas paixões era o vinho, que o levou a plantar as vinhas que hoje dão cor, aroma e sabor ao projeto Quinta do Poeta.
Nuno Santos estudou enologia onde trabalha noutro produtor do Douro e Gabriela, também com passagem por conceituadas casas durienses, mais ao nível do contacto com o consumidor, é o rosto mais visível nos eventos que dão a conhecer o projeto.
Estas vinhas, plantadas pelo “poeta”, ganham uma nova vida com este projeto, uma nova etapa na sua preservação e valorização. O lema dos descendentes é fazer vinhos simples, mas muito ricos em essência, que retratam o caráter de homem bom, simples e sensível do “poeta” que veio confraternizar com os desprotegidos. Ele era visto como um católico romântico, de bom coração, convicto e um caçador de primeira linha e bom comedor.
As vinhas brancas, com cerca de 2,5 hectares, plantadas a 620 metros na Aldeia de Cima e as tintas, 15 hectares, na Aldeia de Baixo numa zona de meia encosta entre os 350-450 metros. É daqui que saem os primeiros frutos desta nova vida da propriedade.
Ao nível dos vinhos, o projeto começa com dois vinhos brancos, o Quinta do Poeta Branco tem como base o Códega do Larinho, Rabigato, Viosinho e outras castas provenientes de vinhas com mais de 60 anos, com 50% do lote a envelhecer em barricas usadas de carvalho francês , mostra um belo equilíbrio entre frescor e corpo.
Mais um vinho branco, agora com perfil de elegância, acidez vibrante e mineralidade, Segredos do Poeta, feito com 50% Viosinho, 30% Arinto e 20% Alvarinho, vinificado em inox onde estagiou 3 meses.
A completar o trio de estreia está o Quinta do Poeta Rosé 2021 produzido a partir das castas Touriga Franca, Tinta Roriz e Touriga Nacional, brilhante de uma bela e intensa cor rosa, com um aroma apelativo a frutos silvestres e nuances florais.
Também o tinto terá o seu momento, a sua estreia, com os primeiros sinais de grande potencial, numa linha contemporânea da nova energia e frescura do Douro.