Jovens e enérgicos, Nuno Vaz e Ricardo Sarrazola não são estranhos ao mundo do vinho português. Nuno Vaz colaborou com Anselmo Mendes, figura mentora na região do Verde. Embora seu projeto comercial tenha dado o pontapé inicial em 2017 com um portfólio pequeno, mas arrojado, eles conquistaram a crítica nacional e internacional desde a primeira impressão. Sarah Amhed os intitulou como “recém-chegados emocionantes” – e os vinhos fazem jus às suas palavras. O projeto de Nuno e Ricardo guarda desde o seu início um comércio de originalidade muito evidente. A dupla produz vinhos no Norte de Portugal, onde se incluem tanto a região do Douro como o Planalto Mirandês. Lá, eles se voltam para os agricultores locais com os quais estabelecem relações significativas, em busca de blends de terroir, misturas de castas por vezes raríssimas, que florescem naturalmente nas propriedades, muitas vezes de vinhas centenárias. É uma estratégia que visa resgatar um legado esquecido de aromas e sabores da vinificação portuguesa, dividido em três estruturas por origem geográfica e métodos de vinificação. A marca Boina assume os vinhos sem madeira, provenientes do Douro, sendo o Tinto um blend de castas autóctones de vinhas velhas do Douro Superior e Baixo Corgo. Destaca-se pela sua pureza, autenticidade e concentração, como um vinho profundamente gastronómico com um fundo de frescura que enriquece qualquer refeição. Na Boina Branca as castas predominantes são o Viosinho, o Rabigato e a Códega do Larinho. Possui notas cítricas de flores brancas e apresenta uma frescura, equilíbrio e mineralidade muito marcantes. Quanto aos vinhos de madeira do Douro, foram baptizados Guyot. Fermentado em lagares e envelhecido em barricas de carvalho da Borgonha, até atingir a perfeição. Os brancos têm origem predominante de vinhas de solo granítico, que crescem em altitudes superiores a 500 metros e são submetidas a envelhecimento em borras finas com batonnage durante, pelo menos, 6 meses. Isso explica sua cremosidade e complexidade, sem perder seu frescor e mineralidade. Por último, mas não menos importante, temos o Cálice, originário do planalto mirandês. É aí que se encontra a maior casta de vinhas velhas deste portefólio, portefólio que Nuno e Ricardo reuniram num fastidioso trabalho de pesquisa e valorização do legado vitivinícola. Até agora foram lançados um branco, um tinto de colheita prematura, um tinto um pouco mais maduro e uma palete com este nome. Todos produzidos segundo métodos ancestrais numa adega de Vila Chã da Braciosa, Miranda do Douro. Vinhos límpidos, frescos e minerais, muito gastronómicos, que impressionam pela facilidade com que podem ser bebidos. Por fim e sempre em busca do melhor que as regiões oferecem, encontraram na Bairrada, uma das regiões vitivinícolas mais atrativas de Portugal, localizada no centro oeste, as vinhas para produzir o conhecido e famoso espumante, com séculos de história em Portugal. Na produção de seu espumante, o Dinamite, eles utilizaram um método clássico, conhecido como “engarrafamento sem dosagem”. A casta mais comum na região – Baga – é utilizada na produção dos espumantes Dinamite Rosé, Dinamite Blanc de Noirs e Dinamite Blanc de Blancs onde predominam estas 3 castas: Bical, Arinto e Chardonnay. O espumante Dynamite é, sem dúvida, um reflexo do terroir da região. Expressa o carácter e pureza dos solos argilosos da Bairrada. Não é temerário prever que, com audácia e conhecimento dos produtores, bem como o entusiasmo dos amantes do vinho, outras criações notáveis nos serão trazidas pela Portugal Boutique Winery. Poucos produtores têm a capacidade de encantar e surpreender um público tão exigente.