O Morgado do Quintão é uma propriedade familiar restaurada localizada na Serra de Monchique, no Algarve. Fundada no início do século XIX pelo 1º Conde de Silves, Francisco Manuel Pereira Caldas, esta quinta está na posse da mesma família desde a sua fundação, já na quarta geração. O Morgado do Quintão tem sido um incansável guardião, na longa história da viticultura algarvia, do cultivo da vinha e um autêntico patrono das castas tradicionais e das técnicas de vinificação. Situada em Lagoa, concelho com grandes tradições vitivinícolas, esta quinta tinha algumas das maiores áreas de vinha do Algarve e sobreviveu ao boom turístico dos anos 80 e 90 que devastou boa parte das boas terras agrícolas e vinhas. Nas décadas mais recentes, a produção foi conduzida para a adega cooperativa de Lagoa. Desde 2017, é Filipe Caldas de Vasconcellos que assume os destinos da herdade, herança da sua mãe Teresa Pereira Caldas de Vasconcellos (1941-2017), artista experimental contemporânea e professora que através da sua exploração criativa afiou uma profunda ligação à a terra. Filipe manteve o que era bom e apostou na tradição com uma forte dose de modernidade e inovação, que serve de mote para fazer a diferença. Com ingredientes genuínos e distintivos à sua disposição, como a casta branca Crato e a muito antiga e nativa Algarve Negra Mole, consegue que os vinhos demonstrem a frescura e a salinidade atlântica do seu terroir. O Castelão completa o trio predominante de castas plantadas em 13 hectares de vinha. As vinhas mais antigas têm mais de 70 anos. Filipe faz todos os esforços para destacar a longa tradição do vinho no Algarve, "todos falam do Douro, que é uma referência, antiguidade, história. Mas, muito antes do Douro, já fazíamos vinho aqui no Algarve". Tudo isto, aliado aos solos arenosos, à sustentabilidade, à certificação biológica, que está em curso, livre de herbicidas e pesticidas nas suas vinhas. Vinifica os seus vinhos numa lógica de baixa intervenção na adega. Juntamente com a enóloga Joana Maçanita, adoptam uma filosofia de "mais terra e menos homem". Um elemento crucial nesta filosofia é Amândio Cruz, um dos melhores consultores vitícolas em Portugal. De imediato, marcaram-se com os primeiros vinhos da colheita de 2016, um Clarete e um Palhete. Seguiram-se outros vinhos, um tinto branco e outro em ânfora, que foram muito bem recebidos pelos apreciadores e não só, levando a um conjunto de distinções e prémios que atestam uma qualidade consensual. A presença dos vinhos do Morgado do Quintão em alguns dos melhores restaurantes em Portugal e no estrangeiro é mais uma garantia da boa aceitação e posicionamento dos vinhos. Atrair um interesse renovado pela região e pelos seus vinhos é um dos focos e missões. A imagem e o visual não foram comprometidos. Nem poderia na casa de um artista. Assim, as etiquetas apresentam uma estética minimalista e moderna. Algumas das etiquetas foram desenhadas por artistas, incluindo a mãe do Filipe. O enoturismo é uma oferta muito evoluída e sofisticada. Hospedagem em chalés, degustação de vinhos, eventos, festas, residência de artistas, manifestações artísticas, entre outros, revelam as inúmeras possibilidades do Morgado do Quintão.