É no coração do Alentejo, em S. Miguel de Machede, freguesia muito antiga, entre Évora e Evoramonte, que a vista encanta pela bela paisagem que orna estas planícies. Não tão antiga, mas suficiente para que a matriz agrícola seja distinta, a Herdade Monte do Álamo, tem uma dedicação mais recente à viticultura. Apesar de ter o vinho na memória do tempo e a viticultura ser parte integrante da sua história, só em 2001 a viticultura reescreveu a sua história nos 1000 hectares da propriedade e ocupou o espaço que outrora foi seu. Hoje, a vinha reivindica 32 hectares, o resto deste imenso território acomoda criação de gado autóctone, extensos olivais, cereais, para indústria e até para cerveja, entre outros. Mas para quem respira tradição agrícola, como é o caso da família Noronha Mendes de Almeida, o vinho não poderia faltar. Afinal, este é um produto de prestígio para a região e um dos seus grandes embaixadores. As condições naturais, boas e específicas existiam, a concorrência e a oferta da região são vastas. Como diferenciar? Primeiro pela qualidade, depois pela distinção. A distinção para hoje e para o futuro é feita pelas castas tradicionais portuguesas. E sobretudo os que são feitos ao território, os de sotaque muito alentejano, com evidência dada pela adaptação ao local. A procura de uma expressão adequada para as castas que melhor a expressam. As castas tintas dominam, dos 32 hectares, as castas tintas ocupam quase toda a área com 27 hectares. Os restantes 5 hectares são de castas brancas. O cuidado e a atenção às preocupações atuais, principalmente as ambientais, seguem o caminho da proteção integrada. Quem prova os vinhos deste produtor sabe que só encontrará sabores locais, pois as castas Aragonês, Alicante Bouschet, Trincadeira, Alfrocheiro e Tinta Caiada não deixam perder o acento. O único “estrangeiro” é a Touriga Nacional. Nas castas brancas, Arinto, Roupeiro e Antão Vaz, asseguram o alinhamento de conceito nos vinhos brancos. Tinta Caiada e Alfrocheiro são duas das castas mais utilizadas nos lotes tintos, o que garante um interesse adicional e um refúgio para quem procura conhecer aquele sabor e um pouco mais da sua personalidade. Hoje, eles são raros na região. Os vinhos, para além das castas locais, são elaborados com todos os requisitos. Eles mostram força e suculência em um diálogo com frescor e elegância difícil de acertar. Nas marcas, os nomes parecem dar força ao nome da família, como é o caso do Mendes de Almeida Grande Escolha, a par de nomes mais modernos e atuais, como o ETC. Branco e Vermelho. Estes vinhos foram em 2006 e 2007 o início visível do regresso ao vinho por parte do projecto. A gama Vinha da Guiça tem uma personalidade incrível, com Alfrocheiro no centro das atenções, mesmo numa brilhante monovariedade. O Arinto da Vinha da Guiça é imperdível, assim como o original e único rosé Vinha da Guiça Tinta Caiada. Se lhe dizem que os vinhos do Alentejo são todos iguais, experimente a Vinha do Álamo e veja por si mesmo se isso é verdade!