Não é de estranhar que a maior propriedade agrícola portuguesa nos apresente os seus vinhos. Mas o excepcional portefólio da Companhia das Lezírias agracia e enriquece, como uma jóia única, o já notável prestígio da região do Tejo. Bernardo Cabral, o seu enólogo, acaba de ser nomeado pela revista portuguesa “Revista de Vinhos” o melhor de 2015. Clique aqui para consultar todo o catálogo de vinhos portugueses da Região do Tejo. A região do Tejo, estendida a norte de Lisboa, revela suavemente os seus segredos. A Companhia das Lezírias, a maior área agrícola, pecuária e florestal, produz vinho desde 1881. Mas também produz cortiça, madeira, azeite, arroz, carne de vaca, caça e cavalos. Poder-se-ia pensar que todas estas inúmeras atividades ofuscariam as vinhas pois estas cobrem apenas 130 hectares dos milhares que compõem a herdade. Mas isso não acontece. A Companhia das Lezírias orgulha-se de apresentar algumas das criações mais estimulantes do mercado. Não existiriam se não fosse a vasta seleção de castas, em particular as tintas, onde se destaca Alicante-Bouschet seguida de Castelão, Trincadeira, Aragonez, Touriga-Nacional, Cabernet-Sauvignon, Syrah, Merlot, Touriga- Franca, Tinta Barroca e Tinto Cão. Entre os brancos estão FernãoPires, Trincadeira das Pratas, Arinto, Roupeiro, Tália, Verdelho e Vital. Um sistema de frio e vastas de aço inoxidável foram instalados na Adega. Algumas remodelações também foram feitas com especial cuidado no que diz respeito ao equilíbrio da fermentação em ânfora argelina – símbolo da Casa. O portfólio mostra a diversidade e o alcance da operação. A designação Companhia das Lezírias designa os vinhos das castas Castelão – tinto, e FernãoPires – branco. As regionais foram denominadas Catapereiro, uma mistura de várias castas autóctones. A cada dois anos, um pequeno blend de tinto é selecionado para envelhecer em pequenas barricas de carvalho francês e o resultado é o Catapereiro Escolha. A marca Tyto Alba vem se destacando em concursos internacionais e entre conhecedores muito exigentes. O crítico de vinhos João Paulo Martins elege enfaticamente várias instâncias do portfólio no seu guia de vinhos de 2016. O Tyto Alba branco 2014, revela-se como “cítrico com notas douradas, aroma a fruta madura, com ameixas, alperce e tarte de limão (…), macio e redondo na boca, mas equilibrado por uma boa acidez”. Um blend de Fernão Pires e Verdelho. O Vinhas Protegidas tinto Tyto Alba, um blend de três castas com “frutos maduros, pequenas notas violetas, perfil denso mas elegante, uma sugestão de vegetal seco e leve mentol”, confere “uma prova muito agradável e será um sucesso no a mesa”, conclui o crítico. Por fim, a Vinhas Protegidas Touriga Nacional Tinta Tyto Alba é uma casta muito apreciada “incrustada numa cobertura de fruta madura com notas adstringentes (…) com leves notas de mentol e eucalipto”, com boa proporção de boca, taninos finos e corpo ajustado, perfeito para consumo ou coleta. Este pequeno passeio pelos vinhos da Companhia das lezírias não estaria completo sem uma homenagem ao extraordinário Grande Reserva tinto 1836 de 2012, profundamente concentrado na cor, com aromas fechados com “alguns florais, notas de chocolate, frutos pretos, cacau (…) os taninos são finos mas ainda bem perceptíveis, a textura é suave e áspera (…), a acidez é perfeita. O vinho é ótimo? Com certeza é!” conclui o famoso crítico português. Em suma, os triunfos e consagrações da Companhia das lezírias são a prova de como a produção vitivinícola tem enobrecido a região. A arte de Bernardo Cabral e da sua equipa, aliada ao fervor das suas origens, ao respeito pela natureza e à criatividade de quem visa o sucesso, permitem-nos profetizar um futuro tão diverso e estimulante como o vasto espólio que os abriga.