Nas antigas quintas da Bairrada, entre balneários, resquícios vivos da Belle Époque e um trilho de património histórico milenar, um conjunto de famílias elevou a produção de vinhos (incluindo os espumantes) e o aproveitamento das castas autóctones a um nível nível de requinte próximo à perfeição. Uma dessas famílias vem se destacando há algum tempo e essa família é a Campolargo, símbolo da região. Clique aqui para consultar todo o catálogo de vinhos portugueses da Região da Bairrada. A história começou com Martinho de Campolargo, um agricultor de Mogofores que se tornou famoso pelo seu notável vinho branco, comercializado a granel. Três gerações depois os destinos de seus descendentes se unem às vinhas por meio de raízes indeléveis. As vinhas crescem ao longo dos cento e sessenta hectares de terrenos arenosos e argilosos com notas calcárias que compõem as duas propriedades da Herdade – Quinta de São Mateus e Quinta de Vale de Azar. E é aí que crescem Baga, Touriga Nacional, Tinta Barroca, Pinot Noir, Trincadeira da Bairrada ou Periquita e Cabernet Sauvignon. Entre os brancos Bical, Arinto, Cerceal e Verdelho encontraram aqui o seu terroir perfeito. Na adega, construída em 2004, as uvas são processadas segundo um sábio confronto entre métodos tradicionais, especialmente com os espumantes, com tecnologia moderna e uma inspiração biodinâmica, cada vez mais natural. Deste encontro entre 160 hectares de vinha, castas autóctones e vinificação pautada por uma notável integridade, surge um portefólio diversificado de renome internacional composto por vinhos tintos, brancos, rosés e espumantes. Entre estes, destaca-se o Borga. É um super-premium à base de Pinot Noir e Chardonnay, elaborado segundo o método clássico de segunda fermentação em garrafa, com um estágio mínimo de 24 meses em cave. João Paulo Martins elogia a sua bela cor “dourada, com notas de brioche”, o “tom francês que sempre teve” e a boa degustação de um espumante seco pronto a beber ou a guardar. No famoso Guia de Vinhos de Portugal, os vinhos brancos ganham destaque, obtendo excelentes classificações. A começar pelo Arinto com “uma expressão muito evidente da casta”, “muito boa elegância e muita complexidade”; seguido do Cerceal branco, fino, subtil, “muito sério mas muito elegante”. Esta série se completa com outros sucessos como um viognier “muito atraente no aroma” que foi batizado como Diga? ou uma Bical “de grande equilíbrio aromático, com fruta fresca, serena, delicada, sempre num traço quase feminino”. Entre os tintos destaca-se o Contra a Corrente, um interessante lote de Castelão Nacional, Cabernet Sauvignon e por vezes Tinto-Cão. É um vinho muito elegante, redondo, cheio de frescura, um “vinho tinto encorpado”. Campolargo Baga é um testemunho vivo desta grande casta autóctone. João Paulo Martins descreve-o como tendo um “aroma intenso, perfumado e limpo com frutos silvestres esmagados, algum vegetal atractivo”. Médio – encorpado com “fruta de qualidade, muito vivo, tanino firme e acidez profunda”, é um vinho forte. Entre os grandes vinhos da Quinta, destaca-se o Calda Bordaleza. É o resultado de uma extraordinária alquimia entre Petit Verdot, Merlot e Cabernet Sauvignon e recebeu as mais altas classificações dos especialistas e foi elevado pela Revista de Vinhos à seleta lista dos melhores vinhos do ano. Em cada região vitivinícola existem três ou quatro produtores que se destacam pela qualidade, requinte e carácter das suas criações. Na Bairrada, esse lugar especial é agora ocupado pela família Campolargo. E o reconhecimento dos grandes amantes, os elogios da crítica e os repetidos prêmios só corroboram o que seus pares já sabem há muito tempo.