O vinho é uma atividade como poucas. Para além de reunir amigos e prazeres à mesa, aproximar culturas, partilhar e unir paixões, pode também ligar amigos em torno de um projeto vitivinícola. É um magnetismo irresistível. Em todo o país, várias dessas alianças mais ou menos prováveis incorporam esse feitiço. O projeto Elite Vinhos é mais uma daquelas histórias incríveis de associações de vontades e afinidades. Portugal é fácil de apaixonar, e a história e cultura antigas de Reguengos de Monsaraz, de monumentos megalíticos, capelas e estruturas bélicas do passado, história entremeada de vinhas, vinhas, oliveiras, adegas, tachos e cubas, é nasceu mais uma história, de quem se apaixonou pelo país e, principalmente, pela região. A narrativa desta história é muito recente, materializada em 2017, mas o ano de 2014 deu início a este projeto. No início, uma crônica como tantas outras. Um casal franco-irlandês, Mary Wilkinson e Christian Vermet, que depois de venderem negócios de outra área de negócio, na produção de armações para óculos, se lançaram no negócio da viticultura e do vinho. E porque adoram o Alentejo, foi aí que avançaram, adquirindo a Herdade de Ceuta. Mas essa trama não termina aí. A outra metade ainda está desaparecida. Este casal é acompanhado por outro. Um casal simpático, desta vez português, sim, já bem no mundo dos proprietários de vinhos e vinhas. Filipe Perdiz, engenheiro agrônomo de profissão, com mais de 20 anos na área da consultoria enológica e viticultura, ansiava por concretizar a sua ambição habitual, ser enólogo no seu próprio projeto. Com a esposa, formada como engenheira de alimentos Helena Godinho, segue carreira profissional no setor vitivinícola. O grupo de fundadores do projeto está concluído. Como vocês chegam a um projeto juntos? Na mesa, é claro! No convívio, na degustação e partilha de vinhos, na descoberta da comunhão de ideias, sonhos e vontade de fazer. Neste caso, fazer vinhos, vinhos de qualidade e uma inquestionável identidade alentejana. Deixe o trabalho começar! Aquisição de mais vinhas, já nos 110 hectares, plantadas com castas autóctones, que se sentem adaptadas ao local, fazem-se sentir em casa, depois um edifício agrícola, transformado em adega, onde vinificam e engarrafam os seus primeiros vinhos, nas suas próprio ritmo e vontade. Tudo sob o lema da sustentabilidade, respeito pela natureza e forte ligação às origens. Naturalmente e logicamente, sua consciência ecológica estava no caminho da conversão para a produção orgânica. As diferenças são a força do trabalho em grupo. Refinados no trabalho de campo, como se fosse um “laboratório” aberto, no estudo das várias vertentes da viticultura, o que os levou a uma parceria com a PORVID (Associação Portuguesa para a Diversidade da Vinha), para a realização estuda variedades de uvas, ajudando assim a se adaptar a questões como as mudanças climáticas. E é para esta terra do interior, quente e de pouca pluviosidade, de solos argilo-calcários, que sustentam as castas e culminam em vinhos exemplares com sotaque alentejano. Destaque para as castas Siria (Roupeiro) Gouveio, Antão Vaz em branco, em Aragonêz, Touriga Nacional, Alicante Bouschet, Moreto Preto. Este último, que se sente “em casa” nesta zona, foi preservado, a partir de uma vinha de 80 anos transportada numa taça. Entra no lote de vinhos tintos da Herdade de Ceuta. Os primeiros vinhos estão aí! Para além das marcas já disponíveis, 3 Folhas e Herdade de Ceuta, haverá também o Artesano, que será o vinho de topo, no qual os enólogos são convidados a explorar as variáveis de poder trabalhar com a matéria-prima deste projeto. Coisas muito interessantes virão, com certeza!