Do património da Coroa portuguesa, no século XVII, jóia da terra da alta burguesia, são ilustres os pergaminhos destes 17 hectares que adornam o concelho do Redondo. Ali, no coração do Alentejo, pratica-se uma viticultura biológica e sustentável, com recurso a processos artesanais. Os vinhos, claro, não a menosprezam.
A história da Quinta Courelas da Torre é longa, antiga e secular. Era o orgulho da corte. Fazia parte do núcleo privilegiado do Registo Geral das Capelas Nacionais. No século XIX, tornou-se famosa por produzir vinhos distinguidos nas principais Exposições Internacionais da época, como Viena, Áustria ou Filadélfia. Hoje, são os herdeiros de um rico lavrador da época que testemunham a excelência do Redondo. Um projeto a que recentemente se autodenominaram, e que conduzem com enorme respeito pela natureza. Da vinha guardam apenas os melhores frutos, vendendo o resto a terceiros. A vinificação é feita in loco, na Adega da Torre, utilizando processos artesanais. O resultado é excelente. Courelas da Torre tinto, vinho com certificação biológica, é produzido sem pesticidas, sem herbicidas, após vindima manual das castas da região. Com 40% Alicante Bouschet, 30% Aragonez e idêntica percentagem de Trincadeira, é vinificado em sistema monovarietal, com curta maceração, em cubas de inox a temperatura controlada. Depois envelhece seis meses em garrafa antes de ser colocado no mercado. De cor rubi brilhante, aroma intenso a frutos do bosque, com notas subtis de chocolate e especiarias, é um vinho rico e elegante com taninos e um final suave e persistente, ideal para acompanhar pratos de carne, queijos e enchidos. Não é à toa, portanto, que conquistou um importante troféu em 2017: a Medalha de Ouro no International Organic Wine Award, realizado em Bad Durkheim, na Alemanha. As gerações de aristocratas, burgueses e ricos fazendeiros que estiveram no comando das terras da Torre desde tempos imemoriais brindariam com prazer. E com um vinho desses, quem os condena?
