Bebes (beber em português), portanto, você também vem (comer em português)! E depois! Bebes.Comes ou bebespontocomes, termo muito bem elaborado e feliz, como uma expressão que soa como lema, ecoa o manifesto intuitivo muito claro e definido de dois prazeres ligados e interligados, alguns podem dizer, prazeres solidários. Como beber não passa sem comer, Joana não passa sem Pedro. Como a fluidez líquida do “Bebes” não passa sem a consciência palpável do “Vem”, o mesmo ocorre na escrita de Joana que não passa sem a ilustração fotográfica de Pedro. Eles são uma equipe inseparável! Tornaram-se uma união indivisível, intimamente unida e unida na paixão pelo sabor e fascínio pelo vinho, como o prazer da gastronomia. Esta Viagem de prazer, de vinho e gastronomia, multiplicou-se em várias viagens, ao longo de viagens e aventuras, em múltiplas e diversas experiências multissensoriais. A Joana e Pedro, que não podiam ficar presos à sua memória inacessível, essa experiência de vida tinha de ser partilhada e exposta. Pensando nisso, em 2013, o Bebes.Comes ganha vida em forma de blog. As experiências são compartilhadas, cheias de conteúdo fresco e criativo e principalmente um espírito muito positivo. Tudo isso foi feito sem querer agradar consensualmente as massas em geral. Muito pelo contrário, tudo foi feito com gosto pessoal, individualidade, ideias personalizadas, apoiando aqueles que, tal como eles, partilham a mesma forma de ser, que actuam e trabalham de forma diferente. Entre projetos aqui, iniciativas aqui, viagens acolá, conversas fritas e ricas, lá no fundo, formou-se, formulou-se uma ideia, que depois foi subindo todos os degraus, chegando finalmente ao topo, uma camada superficial, uma ideia, o sonho, que imediatamente começou e se materializou: a do seu próprio vinho. Mas não podia ser qualquer vinho feito por qualquer um! Tinha que conter individualidade, singularidade, tinha que corresponder à personalidade deles, a forma de reproduzir o espírito de Pedro e Joana. A imagem, a mensagem visual da garrafa, não poderia ser apenas mais uma por aí. E não foi! A imagem foi construída em torno da inovação e criatividade de artistas e ilustradores de renome para fazer brilhar o carácter destas Collection Editions, nome que remete para a coleção de vinhos que acabou de nascer. Quem tiver a sorte de ter alguma das edições da Coleção, mesmo que pequena, sabe que terá um frasco com uma imagem única, uma peça vestida de força sentimental, vestida de paixão. Este vinho também teria que ser único, único na expressão de onde veio, expressão do chamado terroir, a interpretação do enólogo teria que fazer o vinho falar essa língua, teria que nutrir o paladar, encher o estilo de Pedro e Joana. O enólogo, seria alguém sem um roteiro pré-concebido, seria alguém que de alguma forma lhe disse algo, por atitude, ou por amizade, que se identificasse com o projeto, ou qualquer outro motivo, para que o vinho de Pedro e Joana fosse inesquecível para o seu olhos e os paladares que a beberiam. Os vinhos de coleção dizem-se vinhos de origem, que percorrem várias regiões, espelhando o gosto pelas viagens dos autores. A Coleção arrancou em 2013 com um vinho do Dão, um vinho branco, impulsionado pela amizade com a enóloga Lúcia Freitas, e que se pretendia um vinho “sem género, democrático, apelativo e muito gastronómico”. Sucesso! E qual seria o próximo? Seria “inevitável” vir do Douro. A ousadia e a irreverência de Rita Marques vieram por conta do “destino”, dizem. Rita que deixou a sua marca nas encostas do Douro, assinando a criatividade e a diferença, personificava um novo Douro, que correspondia ao ideal da Bebespontocomes, de um vinho “fresco, gastronómico e com potencial de envelhecimento”. De vinhas velhas deste Douro, em 2014, sob a mestria de Rita, um “vinho fresco e suave, com amplitude e profundidade”. Para a sua mais recente edição, de 2018, a Bairrada foi a região escolhida, a casta Baga, naturalmente obrigatória, Luís Patrão o convidado, não por acaso, mas por ser “alguém que se tem dedicado à recuperação das castas tradicionais de a região e a produção de vinhos autênticos DOC Bairrada”. Mais uma vez, o vinho cumpriu os requisitos já referidos nos anteriores. Vinhos leves, frescos, vivos e gastronômicos. Bebes.Comes Bairrada 2018, revisita o perfil mais tradicional da região, vinhos de cor aberta, refrescantes, genuínos no paladar mais simples, daqueles que “os pequenos agricultores faziam para consumo próprio”. Vinhos para ocasiões sociais à mesa, para beber mais fresco. Afinal, os vinhos da coleção Bebespontocomes são vinhos no verdadeiro sentido de “comida e bebida”.