Uma criação recente, das paisagens deslumbrantes dos Açores, os vinhos brancos da Adega do Vulcão revelam-nos todo o carácter das suas castas autóctones, solos invulgares, agricultura sustentável e vinificação única, respeitando a riqueza e exclusividade do terroir. São vinhos que contam histórias e querem fazer parte da história. Vamos falar sobre dois vinhedos únicos em um extraordinário par de ilhas. Na Ilha do Faial, as cepas crescem no sopé do Vulcão dos Capelinhos, que entrou em erupção pela última vez há sessenta anos. Das suas cinzas surge o Arinto Açoriano, uma casta rara, muito diversificada, pelo aroma e complexidade, distinta dos Arintos do Continente. Por outro lado, na Ilha do Pico, as vinhas velhas prosperam entre as frestas das lajes e os currais de basalto, bem no coração da paisagem que mereceu a distinção de Património Mundial. É o contraste entre estes solos com personalidades únicas, talvez opostas, das cinzas dos Capelinhos e do manto basáltico do Ladijo da Criação Velha, que dá origem aos dois vinhos brancos deste produtor. Influenciados pela brisa atlântica e sujeitos a uma intervenção mínima durante a vinificação, os vinhos revelam-se com um paladar vibrante e muito mineral. Neste momento, estão disponíveis o Rola-Pipa Reserva 2017 branco e o Ameixâmbar Selected Harvest de 2018. São vinhos de grande equilíbrio e vivacidade com boa acidez. Os vinhos são produzidos pelo experiente enólogo Alberto Antonini, iluminado por uma profunda análise dos solos em que esteve envolvido com a Universidade dos Açores. Com corpo médio, seco, com acidez certa, estes vinhos combinam bem com peixes gordos, mariscos ou mesmo carne de porco. Apesar da juventude, o produtor de repente ganhou destaque na Prova de Vinhos Cega dos Açores, organizada em 2019, onde o branco Ameixâmbar ficou em segundo lugar, enquanto o Rola-Pipa alcançou um honroso oitavo lugar na geral. Para Rodolfo Silva e Dália Leal, sócios fundadores da Adega do Vulcão, foi uma excelente surpresa. Totalmente merecido, podemos garantir.
